quarta-feira, 3 de junho de 2015

Desperdício

       Estava me sentindo muito feliz ontem. Fui para o ponto de ônibus de manhã cedo, naquele horário que o Solzinho acaba de nascer e pude perceber que nem sempre o noto. Me senti tola por não notar a natureza, poupar meus sorrisos e guardar emoções e sentimentos que florescem quando observo-a. Percebi o quão tolos somos nós, que nos inserimos tanto em nossos trabalhos, problemas, stresses, e acabamos esquecendo de algo tão óbvio que é simplesmente maravilhoso. Pra ser sincera sinto até dificuldade de expressar em palavras.
       Sinto-me privilegiada em ver o Sol todos os dias, poder olhar as árvores, sentir o vento gelado, olhar o céu e suas nuvens desenhadas e sonhar por entre elas, sentir o cheirinho da grama, de terra molhada quando tem chuva, cheirinho de flor que é melhor do que perfume, provar das frutas que explodem seus gostos tropicais.... Desperdício é ter essas oportunidades e simplesmente esquecer que elas existem todos os dias.
       Pudera eu, agora, estar em uma cachoeira daquelas bem geladas e barulhentas, ouvindo o som dos passarinhos, da água gotejando, batendo, caindo, escorrendo... Pudera eu estar comendo uma fruta saborosa que colhi do pé, que subi no pé pra colher! Pudera eu voltar nos dias em que as minhas únicas e maiores diversões eram estar entrelaçada e amarrada entre os galhos de uma árvore, pular de um lado pro outro, correr com os pés na terra, pegar bicho de pé! Vê se tem algo melhor?! Fala sério!
       Apesar de toda a minha admiração, muitas vezes me pego em situações verdadeiramente paradoxais: como amar e poupar nossa natureza se sou tão consumista? Essa pergunta me dói o coração, a alma e me faz rever meus conceitos. Frequentemente me pego fazendo-a. Ainda não encontrei alguma solução que realmente faça a diferença, mas hei de encontrá-la realizando assim este que é mais um dos meus pequenos sonhos que carrego no peito: poupar minha querida natureza. 
       Refletindo um pouco mais sobre isso, percebi que a natureza me impressiona muito e me faz sentir algo que só sei sentir, não explicar. Ela faz com que eu sinta que ela é minha, mas na verdade, é minha dona. Minha mãe, natureza.

Segredo

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